O Museu de Zoologia Prof.ª Morgana Cirimbelli Gaidzinski da Universidade do Extremo Sul Catarinense - UNESC, foi fundado no dia 26 de setembro de 2002, em parceria com o 10º Pelotão da Guarnição Especial de Polícia Militar Ambiental e com o apoio da Fundação de Ciência e Tecnologia- FUNCITEC.
O acervo do Museu foi se constituindo a partir do ano de 1993, no curso de Ciências, por meio da disciplina de Zoologia que era ministrada pela professora Morgana Cirimbelli Gaidzinski – idealizadora e fundadora do Museu de Zoologia.
A ideia de formar um acervo com animais taxidermizados surgiu durante algumas viagens da Professora Morgana ao litoral de Laguna. Em busca de peixes e crustáceos para realização de suas aulas práticas, observou alguns exemplares de lagostas e camarões conservados a seco e que estavam expostos nas paredes de um bar em Laguna. Embora o processo de preservação e a apresentação dos exemplares fossem bastante incipientes, a pequena exposição foi de fundamental importância para o início da formação do acervo.
Os primeiros animais preservados foram os invertebrados marinhos, com destaque para os siris e caranguejos. Os animais vertebrados do acervo do Museu foram doados, inicialmente pela Polícia Ambiental, os quais foram vítimas de caça ilegal, atropelamentos e envenenamento por agroquímicos. No início, esses animais eram utilizados como material didático em aulas práticas de Zoologia, e, posteriormente, preparados e conservados, por meio da técnica de taxidermia, pela professora Morgana e pelos alunos do curso de Ciências, na disciplina de Zoologia.
Desde o início, a ideia de se formar uma coleção em que os animais estivessem inseridos em seus ambientes naturais já era desenvolvida, mesmo de forma incipiente, com o acervo sendo exposto sobre um balcão do laboratório do Curso de Ciências, procurando, por meio de alguns elementos naturais, dar uma ideia do habitat das espécies em exposição.
As atividades de taxidermia, bem como a manutenção das coleções zoológicas eram realizadas em um único laboratório de Ciências, o qual também abrigava as coleções de Botânica, Geologia e Arqueologia. As poucas espécies que compunham o acervo inicial do museu ganhavam representatividade quando eram apresentadas em eventos promovidos pela Universidade.
A transformação da UNIFACRI (União das Faculdades de Criciúma) em UNESC, no ano de 1997, possibilitou notável crescimento à instituição. Na qualidade de Universidade era necessário um investimento maior em pesquisa e extensão. Neste contexto, em 1999, o então setor de Zoologia recebia seu primeiro laboratório, situado na sala 5 do bloco da biblioteca. A partir de então, os trabalhos passaram a ganhar um novo ritmo.
Em 2000, sensível à importância da criação de um Museu de Zoologia, a reitoria da Universidade destinou a área central do Bloco da Biblioteca para a exposição do acervo composto por animais taxidermizados.
Em setembro de 2002, o Museu de Zoologia apresentou sua primeira exposição de longa duração ao público. O tema era a fauna silvestre regional, evidenciando o ecossistema da Mata Atlântica. O acervo de espécies animais taxidermizadas foi apresentado em 32 dioramas temáticos, dando visibilidade às características de seus habitats e oferecendo ao observador importante informação sobre a história natural das mesmas.
O acervo passou a ser um importante instrumento de educação ambiental, oportunizando ao público visitante relevante conhecimento sobre o papel da fauna nos ecossistemas e a necessidade de sua preservação.
A parceria firmada entre a Universidade e a Polícia Ambiental possibilitou, até o ano de 2007, a presença de um de seus representantes para o desenvolvimento de atividades voltadas à educação ambiental.
No ano de 2005, mediante aos constantes encalhes de animais marinhos no litoral sul catarinense, e a fragilidade dos ambientes em que eles se encontravam, o Museu de Zoologia organiza na área central do Bloco Administrativo da Universidade a Exposição de Longa Duração “Ecossistema Marinho”, com o objetivo de conscientizar cidadãos e governo para a importância prioritária do conhecimento e a conservação do meio marinho.
A exposição foi aberta ao público em maio de 2006, em cerimônia que contou com a presença de diversas instituições com atuação na área de conservação do meio marinho e também de representantes do poder público. A sociedade civil se fez presente e a demanda de visitação logo após a abertura foi intensa.
Os grandes mamíferos do meio marinho sempre despertam a curiosidade do público. Visando aproximar os visitantes desses representantes da fauna marinha, o Museu trabalhou durante quatro anos na preparação de um esqueleto completo de baleia-de-Bryde com 13,5 metros de comprimento. A organização da exposição desse esqueleto, que é um dos poucos exemplares montados no país, foi realizada na área central do Bloco Administrativo.
Em 18 de junho de 2009 foi realizada a cerimônia de ampliação da exposição “Ecossistema Marinho” do Museu de Zoologia. Nesta mesma data, a reitoria da Universidade do Extremo Sul Catarinense prestou homenagem à Professora Morgana Cirimbelli Gaidzinski, por sua dedicação e trabalho incansável a frente do museu, dando seu nome ao mesmo.
Em outubro de 2010, a exposição de Longa Duração “Animais da Mata Atlântica” foi revitalizada com novo cenário e novos elementos de comunicação visual. Novas espécies foram apresentadas ao público em 21 novos dioramas na forma de galeria. Além das novas espécies, a coleção apresentou os principais impactos ambientais da região sul do Estado de Santa Catarina, contribuindo para informar os cidadãos e oportunizar a tomada de consciência sobre essa problemática.
Até 2011 o Museu de Zoologia era chamado Unidade de Zoologia, por ser uma das unidades integrantes do Museu Universitário do Extremo Sul Catarinense (MUESC). De acordo com a política institucional da UNESC, e em consonância com a lei federal 11.904, que instituiu o estatuto de museus, as unidades que compunham o MUESC passaram a ser consideradas museus independentes. Desse modo, o Museu de Zoologia passou a definir suas estratégias de ação com foco específico em sua temática e em suas linhas de atuação, por meio das exposições e ações educativas.
Em março de 2016 o Museu de Zoologia levou parte de seu acervo para a Gruta Nossa Senhora de Lourdes, um dos tradicionais pontos turísticos de Criciúma. Os espécimes do acervo passaram a compor uma exposição permanente na Gruta. Além da exposição, o Museu deu início a realização de um inventário da fauna local. As fotos das espécies registradas foram distribuídas ao longo do espaço da Gruta, para apreciação dos visitantes.
Em setembro de 2016, o Museu inaugurou o seu terceiro núcleo expositivo na Universidade, com a abertura da exposição “Vida Selvagem”. O novo espaço, localizado no térreo e primeiro andar do Bloco S, abriga 560 espécimes dos principais biomas brasileiros, como a Floresta Amazônica, o Cerrado, a Caatinga, o Pantanal, a Mata Atlântica e os Pampas, além de algumas espécies representativas de outros países. Os exemplares vieram como doação do Museu do Índio, idealizado e mantido por Indio Machado Vieira e pela sua esposa Ieda desde 1950 em Florianópolis.
No ano de 2017 ocorreu a primeira publicação o livro: “Pintado, o Mascote do Museu”, conta a história do animal símbolo do Museu de Zoologia, o gato-maracajá, uma espécie que fora bastante representativa no extremo sul do estado de Santa Catarina e que hoje, se encontra na lista das espécies ameaçadas de extinção. No mesmo ano, houve a publicação da cartilha de orientação "Vamos ao Museu!".
No ano de 2019 ocorreu a segunda publicação do Museu, o livro “Vitorino, a Tartaruga Vitoriosa”, narra a história de uma tartaruga-marinha da espécie conhecida popularmente como cabeçuda. Vitorino apresenta as belezas do fundo do mar, mas também, os inúmeros desafios enfrentados por ela em decorrência dos diferentes impactos ambientais que colocam em risco a sobrevivência da vida nos oceanos.
Em setembro de 2019, com a inauguração do Polo de Ensino a Distância, em Araranguá, a Unesc destinou um espaço para o Museu de Zoologia apresentar a exposição de longa duração. “Animais da Mata Atlântica” e desenvolver ações e práticas educativas com a região Sul Catarinense.
Ainda em 2019, a professora Morgana Cirimbelli Gaidzinski recebeu a importante Medalha de Mérito Raulino Reitz da Polícia Militar Ambiental por seu trabalho em prol do meio ambiente. No mesmo ano, a Unesc e a Polícia Militar Ambiental estabeleceram uma parceria através do Museu de Zoologia, possibilitando o aprimoramento acadêmico dos policiais.
No ano de 2020, durante o período de isolamento social e aulas remotas, os livros infantis "Pintado, o Mascote do Museu" e "Vitorino, a Tartaruga Vitoriosa" foram disponibilizados como eBooks e audiolivros animados no canal da Unesc TV no YouTube. Mais de vinte mil crianças da rede municipal de ensino de Criciúma utilizaram esses recursos virtualmente, sendo incorporados como material complementar nas escolas, obtendo um grande sucesso pedagógico.
Em 2021 ocorreu a terceira publicação o livro: “Mel, Uma Doçura de Abelha”, narra a história de uma abelha da espécie conhecida popularmente como abelha-do-mel. O livro apresenta a importante função ecológica das abelhas para a manutenção da vida no Planeta, bem como as causas e consequências do desaparecimento das abelhas na natureza.
Em 2023 o Museu iniciou a obra de implantação de sua nova unidade no Parque das Nações Cincinato Naspolini, em Criciúma.
Nestes 21 anos de atividades, o Museu de Zoologia da UNESC construiu importante diálogo com a sociedade e, em especial, com o público escolar. Em meio a tantos desastres ecológicos, causados por impactos diretos e indiretos das atividades humanas, têm despertado o interesse pelo mundo natural, sensibilizando as novas gerações para a importância do respeito à vida em suas múltiplas formas.