A equipe do Museu de Zoologia Professora Morgana Cirimbelli Gaidzinski da Unesc participou, na última semana de uma formação promovida pela Área de Proteção Ambiental da Baleia Franca (APABF). A organização realizou, entre os dias 5 e 6 de junho, em Imbituba, um curso sobre o desencalhe de mamíferos marinhos na costa sul do Estado de Santa Catarina.
A Universidade integrou o encontro junto das demais instituições que compõem o Protocolo de Encalhes e Enredamentos de Mamíferos Marinhos da APA da Baleia Franca. Além deste grupo, participaram ainda outras instituições parceiras como o LEC/UFPR, Univille, Projeto Toninhas do Brasil, Educamar Brasil, Ceclimar/ UFRGS e a parceria com a Secretaria de Turismo de Imbituba.
O curso visou a revisão e organização do Protocolo de Encalhes e Enredamentos de Mamíferos Marinhos da APABF para o atendimento em toda a extensão desta Unidade de Conservação, bem como padronizar as ações com as instituições parceiras que atuam em Santa Catarina e em outras regiões.
Conforme Morgana, a participação da equipe do Museu de Zoologia no curso foi de grande importância, uma vez que este se propõe capacitar a atuação da equipe durante ações de manejo durante os encalhes. “O Museu de Zoologia é membro da coordenação do Protocolo da APA da Baleia Franca junto com outras importantes instituições e nos sentimos lisonjeados por fazer parte de movimentos como esse”, destacou.
Atualmente são membros da coordenação do Protocolo de Encalhes e Enredamentos de Mamíferos Marinhos da APABF as seguintes instituições: ICMBio/APABF; Instituto Australis/ProFRANCA, Associação R3 Animal; Universidade do Estado de Santa Catarina/UDESC/CERES; Museu de Zoologia Professora Morgana Cirimbelli Gaidzinski, da Unesc; Corpo de Bombeiros; Capitania dos Portos; Polícia Federal/Núcleo Especial de Polícia Marítima/NEPOM e Polícia Militar Ambiental.
De acordo com a chefe da unidade de conservação, Renata Daniella Vargas, o encontro foi fundamental para a saúde pública. “Isso porque a ocorrência de encalhe de espécies na costa é uma situação que requer pessoal capacitado para realização das ações de manejo, uma vez que pode diminuir o risco de morte dos animais e evitar acidentes com pessoas próximas”, destacou.
Para a agência governamental norte-americana National Oceanic and Atmospheric Administration (NOAA), um encalhe de mamífero marinho pode ser caracterizado quando o animal está morto na praia ou na água; vivo na costa e incapaz de retornar à água sob seu próprio poder; vivo na costa e, embora possa retornar à água, precisa de atenção médica aparente; na água e não pode retornar ao seu habitat natural sob seu próprio poder ou sem assistência.
Conforme a NOAA, as principais causas de encalhes de animais marinhos estão associadas a fatores naturais ou devido à ação humana como o enredamento em artes de pesca, colisões com embarcações e poluição.
Monitoramento de animais marinhos
Desde 2015, o território da APA da Baleia Franca conta com o Projeto de Monitoramento de Praias da Bacia de Santos (PMP-BS), uma atividade desenvolvida para o atendimento de condicionante do licenciamento ambiental federal das atividades da Petrobras de produção e escoamento de petróleo e gás natural na Bacia de Santos, conduzido pelo Ibama.
O objetivo é avaliar possíveis impactos das atividades de produção e escoamento de petróleo sobre as aves, tartarugas e mamíferos marinhos, através do monitoramento das praias e atendimento veterinário aos animais vivos e necropsia dos encontrados mortos. O projeto é realizado desde Laguna/SC até Saquarema/RJ, sendo dividido em 15 trechos.
O monitoramento realizado pelo PMP-BS ocorre em três trechos, sendo: Trecho 1: SC – Laguna (a partir da Barra da Lagoa de Santo Antônio dos Anjos, sentido norte) e Imbituba (Praia da Luz e praias ao sul desta) – sob execução da equipe da UDESC;
Trecho 2: SC: Gov. Celso Ramos, Biguaçu, São José, Florianópolis, Palhoça, Paulo Lopes, Garopaba, Imbituba (Praia do Rosa e praias ao norte desta) – sob execução da equipe do Instituto Australis e
Trecho 3: SC – Florianópolis – sob execução da equipe Associação R3 Animal.
O PMP-BS conta com a implantação de um Centro de Reabilitação e Despetrolização de Animais Marinhos (CRD) no município Florianópolis e uma Unidade de Estabilização de Animais Marinhos (UE), em Laguna (SC), além da Base de apoio em Imbituba.
AGECOM - Agência de Comunicação UNESC
Publicado por: AgeCom UNESC