Cento e quarenta e oito animais foram encontrados encalhados na beira-mar das praias de Camacho a Passo de Torres, somente no ano passado. O último foi uma tartaruga verde da espécie Chelonia mydas, que estava viva, o que é raro. Destes, 25 (nove tartarugas, 12 pinguins, dois albatroz e duas fragatas) foram encaminhados para a Unesc. Os locais são monitorados por profissionais do Museu de Zoologia Professora Morgana Cirimbelli Gaidzinski, da Universidade.
Segundo a bióloga da Unesc Kelly Cristina Minotto Bom, frequentemente são encontrados pinguins, lobos marinhos, leões marinhos e tartarugas. “Muitos morrem por asfixia por causa da rede de pescadores. É muito raro encontrar uma tartaruga ou um leão marinho vivo”, comentou.
Ela ressalta que se alguém encontrar um animal é importante entrar em contato com os órgãos ambientais, como a Polícia Ambiental (3523-1870), APA da Baleia Franca (48 – 3255-6710) e Fundação do Meio Ambiente do Município. Podem ainda procurar a Unesc, com os biólogos Kelly e Rodrigo Ribeiro Freitas pelos telefones 9603-4466 ou 9604-5868, respectivamente, ou ainda pelo 3431-2573.
“Trabalhamos em rede. Quando alguém é acionado vai logo que possível ao local para realizar os primeiros procedimentos, e se o animal estiver morto é encaminhado para o Museu de Zoologia da Unesc. Caso contrário é levado para o Cetas (Centro de Reabilitação de Animais Silvestres), em Florianópolis”, ressaltou. No caso da tartaruga é encaminhada ao projeto Tamar (Tartarugas Marinhas), também na capital. O monitoramento é realizado semanalmente no período de julho a dezembro, quando costumam aparecer as espécies.
Doenças
A bióloga destaca que se deve tomar muito cuidado com um desses animais, e, principalmente, evitar contato com eles, tanto as pessoas quanto os cachorros. Primeiro porque se estiverem doentes podem transmitir doenças, como tuberculose, micoses, leptospirose, desinteira bacteriana, além de raiva, conjuntivite, alterações respiratórias e lesões na pele, conforme o Cetas. E segundo porque eles podem morder e, em alguns casos, causar cegueira ou amputação de dedos.
Formas de ataque
Lobo Marinho – se chegar muito perto ele pode morder.
Tartaruga – nunca chegar perto da boca. Em um ataque poderá amputar parte do corpo.
Leão marinho – é mais feroz e mesmo machucado pode ferir a pessoa, ocorrendo a amputação de algum membro.
Pinguim – tem o hábito de atacar os olhos. Com uma bicada pode até cegar. Por isso ambientalistas trabalham com óculos para se proteger.
Museu de Zoologia
O Museu de Zoologia do Muesc (Museu da Universidade do Extremo Sul Catarinense) tem como objetivo ser um centro de referência na pesquisa científica, na educação ambiental e no turismo cultural para o Sul do Estado de Santa Catarina. Tem o intuito ainda de sensibilizar o público visitante, por meio do acervo em exposição, para a importância do respeito à vida em suas múltiplas formas, contribuindo para uma nova percepção socioambiental.
Os animais empalhados ficam expostos para visitação no Bloco Administrativo e no Bloco da Biblioteca da Universidade, em dois acervos, com diversas informações referentes a cada espécie apresentada.
Fonte: Comunicação Social:comunicacao@unesc.net